terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Integração de Terminais de Transbordo e de Exportação - A Abordagem Log.One - Parte 1

O aumento no fluxo de carga para exportação pelo arco norte tem incrementado o uso de barcaças no transporte de granéis agrícolas, aumentando a visibilidade e a importância dos terminais de transbordo, assim como a necessidade de maior controle da carga que é transportada pelo rio em comboios de barcaças até os terminais exportadores.

Do ponto de vista do terminal exportador o recebimento em grande volume proporcionado pelo comboio é atrativo sem igual quando comparado com o transporte rodoviário. No entanto, os cuidados com a carga devem acontecer desde antes da descarga no terminal de transbordo, pois quaisquer problemas com essa carga vão se refletir principalmente no terminal de exportação, que tem a responsabilidade final no processo.

Entre as principais questões que devem ser observadas, destaco: 

  • Qualidade: basta um semirreboque fora da qualidade aceitável para causar a contaminação de uma barcaça inteira.

  • Divergências contábeis: as notas fiscais que acompanham a carga na barcaça são as mesmas que acompanharam os caminhões e quaisquer problemas vão se refletir na associação das notas fiscais com a DU-e/nota fiscal de exportação;

  • Fraudes: assim como no caso da qualidade, qualquer divergência no volume da carga se propaga para a barcaça inteira e consequentemente para o navio inteiro, sendo percebido somente no carregamento do navio ou, eventualmente, somente na arqueação.

Todas essas questões e muitas outras podem ser resolvidas, ou pelo menos mitigadas, com o uso de processos integrados entre o terminal exportador e o terminal de transbordo.

O uso de uma aplicações maduras e que cubram todos os passos da carga pelos dois terminais é essencial para que esses processos estejam em consonância. A seguir vou abordar cada uma das fases desde o agendamento da carga até seu embarque no navio, passando pela descarga do caminhão, carregamento/descarga das barcaças, carregamento do navio destino e manutenção dos estoques físicos e contábeis, mostrando como as aplicações Log.One abordam essas fases e tratam cada uma das questões que podem atrapalhar o processo.


O agendamento da carga no terminal de transbordo

O caminhão e sua carga, assim como o motorista, são conhecidos no momento em que ocorre o agendamento da chegada ao terminal. O agendamento deve ser feito pelo transportador contratado, que acessa o Log.One Agendamento e seleciona uma janela de tempo para a carga chegar ao terminal, dentre as janelas permitidas para seu cliente/produto, e já anexando ou indicando a NF-e que cobre aquela carga assim como os dados do caminhão e motorista. Esse agendamento pode ser feito de forma manual no sistema ou automática via integração entre sistemas, caso o TMS do transportador suporte integrações. 

No momento do agendamento são verificados:

  • Dados do motorista (validade da CNH, participação em cursos de segurança, etc.)

  • A conformidade do veículo e da carga frente os padrões do terminal.

  • Listas de pessoas indesejadas - o Log.One Acesso, ou outro sistema de controle de acesso, é notificado, permitindo que qualquer controle de pessoas indesejadas seja disparado.

  • Diversas verificações prévias e automáticas, específicas do terminal.


Uma vez confirmado o agendamento é emitido o Comprovante do Agendamento com QR-code (primeiro mecanismo antifraude do processo) e os outros sistemas participantes são notificados: o controle de acesso recebe os dados de pré cadastro do motorista, o Log.One Terminal recebe a previsão de chegada com os dados da carga, caminhão e motorista, assim como a NF e outros documentos que eventualmente acompanhem a carga.

Na chegada do motorista ao pátio de espera o Log.One Agendamento efetua as verificações frente ao previsto no agendamento e a carga é liberada para entrar. O Log.One Terminal é notificado da presença do caminhão no pátio e o coloca na fila para ser chamado para o terminal.

Ainda no pátio, o caminhão, motorista e documentos podem passar por triagem prévia, que é registrada no Log.One Terminal e pode ser um pré-requisito para a entrada no terminal, dependendo da configuração definida anteriormente para aquele local.

Liberado o deslocamento para o terminal, o motorista é chamado através de SMS e/ou displays e a saída do caminhão do pátio é registrada no Log.One Agendamento.

Observações:

  • O Log.One Agendamento lê as placas dos caminhões automaticamente na entrada e saída do pátio através de seu mecanismo de OCR/LPR, podendo ser usada uma câmera fixa ou mesmo uma câmera de celular. Pode também ser integrado a mecanismos externos de OCR/LPR.

  • As cancelas, semáforos e displays podem ser integrados ao Log.One Agendamento para uma operação 100% automatizada.

  • O termo “pátio” diz respeito a qualquer área de espera antes da entrada no terminal, não necessariamente se referindo a áreas fechadas. Nesses casos mais simples, a operação 100% pelo celular permite que o operador se desloque na área, fazendo os registros de chegada e saída dos caminhões sem a necessidade de um computador.

A descarga no terminal de transbordo

Assim que o caminhão chega ao terminal de transbordo a placa do caminhão é lida, comparada com a biometria do motorista e os documentos são verificados, caso não tenham sido verificados na triagem.

Em geral a primeira pesagem (pesagem de entrada) acontece no portão e, enquanto alguma verificação manual está sendo feita, o Log.One Terminal se comunica com a balança e em seguida com os equipamentos de tráfego envolvidos, abrindo cancelas, semáforos e indicando em displays para onde o caminhão deve se deslocar após a pesagem.


Feita a classificação, cujos equipamentos também podem ser integrados, existem algumas possibilidades quando o Log.One efetua a validação da classificação:

  • Classificação normal: o caminhão é direcionado via displays para o tombador correto daquela carga.

  • Classificação recusada: algum parâmetro de classificação está fora da faixa esperada e a carga não é aceita. Um usuário com as devidas permissões deve confirmar a recusa ou aceitar a carga.

    • Confirmada a recusa o caminhão é direcionado para a segunda pesagem e saída do terminal, sem efetuar a descarga.

    • Em caso de aceitação é registrado o motivo do aceite e o caminhão segue o fluxo normal.

O terminal pode ter um ou mais tombadores e a carga pode ser direcionada diretamente para a barcaça, para um armazém (buffer) ou para ambos, simultaneamente. O Log.One Terminal mantém registros atualizados permanentemente, e em tempo real a respeito do saldo contábil e da ponderação da qualidade da carga na barcaça ou no armazém, através das integrações com os equipamentos envolvidos (Gehaka, Motomco, PIMS, LIMS, balanças de fluxo, etc.).

Após a descarga o caminhão vazio se dirige para a saída, faz a segunda pesagem (pesagem de saída) e o operador do CCO Rodoviário é mantido informado da situação do caminhão e de eventuais sinais de fraude, podendo suspender o processo para averiguações a qualquer momento. Além dos controles em tempo real, o Log.One Terminal faz análises posteriores de tara, peso bruto, quebras e outros parâmetros, levando em conta as diversas passagens de um caminhão pelo terminal. Esses resultados são apresentados no painel antifraude e TEF (tempo efetivo de operação). São feitas também comparações com o valor da NF tanto para avaliações antifraude quanto para cálculos de quebra, para emissão de nota de quebra e outros procedimentos.

Uma vez que o caminhão é pesado pela segunda vez, o motorista recebe o ticket de pesagem com QR Code e fotos OCR para eventual confirmação dos dados, e sua saída é liberada.

Observações:

  • Assim como no caso do Log.One Agendamento, o Log.One Terminal lê as placas dos caminhões automaticamente via OCR/LPR na entrada e saída do terminal e em qualquer outro ponto do processo onde essa leitura seja relevante, desde que haja uma câmera posicionada nesse ponto.

  • Dependendo do nível de automatização do terminal, a operação é 100% orquestrada pelo Log.One Terminal e a dependência de interferência humana é mínima, permitindo uma operação com o mínimo de erros humanos e com a maior eficiência possível.

O próximo artigo abordará do carregamento das barcaças até o embarque no navio.

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